terça-feira, 17 de março de 2015

PORQUE PAULO FREIRE NA MANIFESTAÇÃO DA DIREITA ?

Texto de Pedrinho Guareschi


Essa foto é extremamente significativa e ilustrativa, pois vem demonstrar, com uma clareza extraordinária, duas coisas importantes: 

1.   Fico me perguntando: por que Paulo Freire? E faz todo o sentido. O que está acontecendo no Brasil não é contra algum problema econômico, político, ou contra corrupção, ou contra partido: é uma reação contra um PROJETO. E esse projeto é o que Paulo Freire significa. Como as coisas estão ficando claras! Esse projeto é contra uma pessoa que dizia que 'não há um que sabe mais, ou menos: há saberes diferentes". A classe dominante, a Casa Grande - e todos os que hoje representam essa classe: as elites, a grande mídia, os grandes latifundiários, os banqueiros, e, infelizmente, as pessoas que se deixaram contaminar pelas ideias deles, os dos bairros ricos que bateram panelas, os que aceitam os valores da Globo e da Grande Mídia, os que leem a Veja, etc.etc. - NÃO PODEM ACEITAR UM PROJETO ASSIM, DE IGUALDADE, FRATERNIDADE, RESPEITO, onde todos os saberes tem de ser respeitados, onde não há uns que são mais que os outros, etc. E a Dilma, o Lula, a Luciana, a Maria do Rosário, a Manoela, o Rosseto, o Tarso, a Erundina, etc.etc. são gente que pensam assim, gente que se formou e se criou dentro desse 'pensamento' igualitário, fraterno, respeitoso, democrático de Paulo Freire. Paulo Freire representa uma verdadeira transformação, uma revolução qualitativa. Todos esses "beberam" do pensamento de Freire. E, além do mais, Freire é nordestino, foi um dos fundadores do PT e sempre defendeu os movimentos sociais, a começar pelos Sem Terra. Se alguém duvidar disso, veja o filme que Freire gravou 15 dias antes de morrer, In Memoriam, onde ele fala das 'marchas'. Dizer que Freire tem algo a ver com marxismo é ignorância crassa. Paulo Freire representa o genuíno pensamento igualitário e respeitoso de nossa América Latina.
2.   Esse cartaz - impressionante! - mostra contra quem mesmo eles estão "revoltados", indignados. Assim eles se traem. E mostra como Paulo Freire é mesmo um divisor de águas!!! Isso me convence sempre mais do que sempre digo - e repito sempre que posso: quem LEVA A SÉRIO A FRASE DE PAULO FREIRE - que não há um que sabe mais ou menso, há saberes diferentes - se for coerente, TEM DE MUDAR SUA VIDA!!! Tudo toma outra dimensão. A prática cotidiana - na família, na escola, na rua, no trabalho, nas relações de gênero, na igreja, TUDO, tem de mudar.

Fico feliz em ver isso comprovado! Isso é ótimo. Então: tudo o que vem se dizendo: corrupção, Petrobrás, etc.etc. é tudo mistificação, é para desviar dessa outra questão, QUE É A NECESSIDADE DE SE TER UMA DEMOCRACIA VERDADEIRA, DE IGUALDADE, DE RESPEITO, QUE PAULO FREIRE REPRESENTA!
Que fantástico ver isso! Não precisa argumentação melhor! Nunca um cartaz pode deixar transparecer os verdadeiros motivos de porque não se aceita UM NOVO PROJETO para nossa sociedade!
Viva Paulo Freire! Viva o Brasil pelo qual Freire deu sua vida.

Roma, La Sapienza, 15 de março de 2015 às 19h.

Abraços a todos,



Pedrinho Guareschi

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

ASSEMBLEIA DOS FEIRANTES DA ECONOMIA SOLIDÁRIA


No dia 19 de fevereiro de 2015, no salão da Cúria Diocesana de Palmares-PE, aconteceu mais uma assembleia dos feirantes da Feira da Economia Solidária, tendo como objetivo avaliar a caminhada dos três anos de feira e juntos buscar meios para a sustentabilidade da mesma.
A assembleia iniciou com uma mística baseada no texto bíblico da parábola do semeador, após a semeadura das sementes, no cenário, cada feirante recebeu uma semente com um principio da Economia Solidária.
Em seguida, fizeram uma reflexão sobre os princípios da Economia Solidária: solidariedade, cooperação, participação/formação, valorização do trabalho humano, cuidado com o planeta, consumo ético solidário e autogestão, destacando que os princípios são os pilares que dão sustentabilidade a Feira de Economia Solidária.
Após foi realizada uma memória do nascimento da feira até os dias atuais, dentro do período dos três anos de feira, lembrando ainda dos parceiros que somaram com a proposta da Economia Solidária.  Constatou-se que há anos os feirantes vêm solicitando aos órgãos competentes a melhoria das estradas, pontes, transportes, assistência técnica e um terreno próprio para a feira.
Assim, ao final da assembleia ficou como compromisso, superar os desafios, cobrar dos órgãos públicos políticas sociais adequadas para os mesmos, fortalecimento da assistência técnica, PNAE, PAA, além dos feirantes buscarem trabalhar a sua organização, implantação de tecnologias sociais, diversificação da produção, implantando e ampliando a criação de peixes, abelhas...
Portanto, foi assumido fazer um intercambio na COOPEAGRO - Cooperativa dos Pequenos Agricultores Organizados, em Maragogi-AL, no intuito de conhecer novas realidades, com as mesmas características da Mata Sul. Experiências em agroecologia que deram e estão dando certo.  Onde o forte era o cultivo da Cana de açúcar e com a ajuda das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus mais de 150  famílias conseguiram fazer a transição da cana de açúcar para a agricultura familiar, vivendo hoje da produção agroecológica, organizados em cooperativa.



quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

DOROTHY STANG, VÍTIMA DO LATIFÚNDIO

Frei Betto
     
Eram 7h30 da manhã de 12 de fevereiro de 2005. Irmã Dorothy Stang, religiosa estadunidense naturalizada brasileira, 73, se dirigia à área do Projeto Esperança de Desenvolvimento Sustentável, em Anapu (PA).
      No caminho, Rayfran das Neves a abordou. Perguntou se estava armada. Dorothy exibiu a Bíblia: “Eis a minha arma.” E leu trechos em voz alta.
      O rapaz não se intimidou. A recompensa pelo crime importava mais que a vida da missionária que defendia pequenos agricultores, posseiros e sem-terras. Sacou a arma e descarregou nela sete tiros, sendo um na cabeça.
      Há tempos, Dorothy sofria ameaças. Poucos dias antes havia escrito: “Não vou fugir nem abandonar a luta desses agricultores desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”
      Rayfran, condenado a 27 anos de prisão, teve como mandante o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado, em 2013, a 30 anos. Passou por três julgamentos. O primeiro, em 2007, deu-lhe igual penalidade. Por receber pena superior a 20 anos, teve direito, em 2008, a novo júri. Foi absolvido! O Ministério Público recorreu, anulou-se a sentença, e o júri de 2013 confirmou a pena de 30 anos de prisão.
      Dorothy Stang mereceu prêmio de direitos humanos da OAB, em 2004. Homenageou-a, em 2005, o documentário-livro “Amazônia revelada”, patrocinado pelo CNPq e o Ministério dos Transportes.
      O documentário de Daniel Junge, “Mataram irmã Dorothy”, produzido nos EUA e narrado por Wagner Moura, retrata a trajetória da religiosa. O artista Cláudio Pastro incluiu o perfil dela no painel, em azulejos, “As mulheres santas”, na basílica de Aparecida (SP).
      Quem de fato matou Dorothy Stang foi o latifúndio, conforme denúncia dos bispos católicos brasileiros reunidos em Aparecida, em abril de 2013.
      Reza o documento por eles aprovado: “A sempre prometida reforma agrária não foi prioridade de nenhum dos governos democráticos. As decisões governamentais, nestas três décadas, foram, quase sempre, tomadas para favorecer o latifúndio e o agronegócio: financiamentos altíssimos, subvenções, e até anistia para os endividados, impunidade e regularização da grilagem, legislação favorável aos interesses da bancada ruralista. É injustificável que os índices de produtividade, essenciais para provar a função social da propriedade, ainda sejam os do tempo da ditadura militar.”
      Outros assassinatos ocorrerão se o governo não promover a reforma agrária e defender os direitos de índios, quilombolas, atingidos por barragens, posseiros e sem-terra.
      Segundo a Comissão Pastoral da Terra, de 1985 a 2011,  registros revelam que 1.610 pessoas foram assassinadas no campo, julgadas apenas 96 ocorrências e condenados 21 mandantes e 75 executores.
      A impunidade faz do Brasil uma nação violenta.
Frei Betto é escritor, autor de “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Casas próximo a ferrovia Transnordestina não serão mais demolidas em Palmares,PE



Os moradores que moram próximo a zona da Linha Férrea de Palmares, Mata Sul de Pernambuco, não serão mais despejados de suas residências. Em entrevista ao programa Combate da Rádio Cultura dos Palmares nessa quarta-feira (22) o ex-ministro da Mozart Sales declarou que conseguiu um acordo com o Governo Federal que permite a manutenção permanente dos moradores em seus endereços.
Mozart esteve nos estúdios da Radio Cultura e declarou que os moradores podem ficar tranquilos em suas casas. Segundo ele, contatos com o Ministério do Planejamento e outros setores do Poder Executivo em Brasília possibilitaram um acordo para evitar que os trilhos da ferrovia Transnordestina passassem pelo perímetro urbano de Palmares, o que, na prática, não exigira demolição de domicílios.
- “Eu conversei com diversos contatos meus em Brasília do tempo em que trabalhei no Ministério da Saúde e obtive deles um acordo para solucionar o problema. Eles informaram que não pretendem passar a ferrovia por dentro das cidades, apenas em zonas sem habitação, para evitar transtornos desnecessários”, declarou Mozart.
A idéia agora é que a ferrovia Transnordestina, destinada ao escoamento da produção na região Nordeste, passe por fora do perímetro urbano das cidades que estiverem no trajeto. Quanto aos terrenos pertencentes à ferrovia, todos os esforços seguirão no sentido de legalizar a situação jurídica dos moradores.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

2ª FESTA EM HONRA A NOSSA SENHORA DAS DORES


No dia 15 de setembro de 2014, a comunidade Nossa Senhora das Dores, Bairro Dom Acácio- Palmares PE, comemorou a festa de sua padroeira, com o tema: “Mãe das Dores abençoa e ajuda o teu povo”.

Os festejos tiveram inicio no dia 12, com a missa presidida pelo bispo diocesano D. Henrique Soares, que pela primeira vez compareceu a nossa comunidade. Além dos moradores do bairro, os casais da Equipe de Nossa Senhora das Dores, os quais receberam a imagem de nossa Senhora para organizar o andor para a carreata.
No dia 13, a comunidade Deus Altíssimo fez um momento de louvor com a comunidade.
O momento auge foi no dia 14, onde a imagem de Nossa Senhora das Dores, saiu da sede da Paróquia Santa Luzia, percorrendo as principais ruas da cidade e todo o bairro Dom Acácio. Após os moradores concentrado na comunidade Nossa Senhora das Graças, no centro do Bairro Dom Acácio, receberam a Imagem de Nossa Senhora Dores e seguiram em caminhada até a comunidade. 
Aonde houve a missa campal com a presença do Pároco Pe. Agivaldo Lessa e do Diác. José Duran, animada pelos corais Guardiões de Santa Luzia e Santa Cecília.
No dia 15, foi animada a missa pelo coral dos adolescentes da comunidade Nossa Senhora das Dores com Denis.

 Os adolescentes fizeram uma homenagem a Nossa Senhora através de uma coreografia.
A festa de Nossa Senhora das Dores é momento sublime para as pessoas é a segunda romaria que vai se tornando tradição na paróquia de Santa Luzia.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

REUNIÃO DO FÓRUM DA ECONOMIA SOLIDARIA DO TERRITÓRIO MATA SUL


No dia 01 de setembro de 2014, o Fórum da Economia solidária do território Mata Sul de Pernambuco, se reuniu para mais uma reunião ordinária, no salão da Cúria Diocesana de Palmares. Estiveram presentes empreendimentos de economia solidária, entidades de apoio e fomento e representantes do poder público.
A reunião teve como pauta a discussão sobre o Plebiscito Popular para uma  Constituinte Exclusiva e Soberana, que está acontecendo durante a esta semana em todo o país,  e em Palmares, algumas instituições vem realizando debates e o Plebiscito.
Houve a socialização das propostas desenvolvidas pela Coordenação Executiva do
FBES para ser encaminhada ao Legislativo e Executivo referente às
Eleições 2014
.
Além, destas questões, o Professor Vilmar Carvalho fez uma breve analise de conjuntura, pautando principalmente a questão política de nosso país.

domingo, 10 de agosto de 2014

'Segura nas mãos dos irmãos e vai!" (Mt. 14, 23-33)


“Se as águas do mar da vida quiserem de afogar segura na mão de Deus e vai....”. Assim cantamos nas nossas celebrações. O problema é ver e sentir que a ‘mão de Deus’ está estendida para nós quando o vento e a tempestade da vida estão, de fato, querendo nos derrubar. Sabemos que a ‘mão de Deus’ não aparece diretamente. Contudo, ela se serve das inúmeras mãos de tantos filhos e filhas de Deus que são sensíveis e atentos a outros que estão afogando na dor, na angústia, na doença, na depressão. A nossa canção litúrgica nos introduz de forma significativa ao evangelho que esse domingo nos propõe. O cenário descrito é magnífico. O barco que leva Jesus e seus discípulos para a outra margem do lago é fortemente balançado pela violência dos ventos e das ondas. Jesus, como bom educador que é, percebe que aquela turbulência remete ao cotidiano dele e dos seus discípulos. O mar, afinal, para a bíblia, é um lugar teológico, antes que geográfico. É o lugar onde o discípulo é chamado a enfrentar a violência descontrolada do mal e das contradições da vida. 


Aquele vento e aquelas ondas remetem aos inúmeros desafios encontrados cotidianamente no serviço aos pobres e aos doentes. Remetem ao enfrentamento duro com aqueles que boicotam o Reino da justiça e da compaixão. Remetem, enfim, à decepção e à desilusão de tantos ‘pequenos’ que pareciam esperar em vão.Jesus percebe que muitas pessoas, inclusive os seus, diante de tudo isso se sentem afogar, deixam de viver e querem desistir. Podem querer abandonar, na outra margem, um barco que parece incapaz de fazer frente aos problemas que surgem nos desafios da evangelização. O sinal que Jesus oferece para ressegurar os discípulos nas tempestades da vida não é um ‘milagre de ilusionismo’, mas simplesmente dá a sua palavra de que ele definitivamente ‘venceu o mar da vida’. Ao enfrentar sem medo e ao caminhar simbolicamente sobre as águas impetuosas sem ser engolido por elas Jesus nos diz que todo discípulo que tem fé para segui-lo, - mesmo nas tormentas, - jamais vai afogar e sucumbir. Ele nos garante que nos vórtices da vida sempre irão aparecer ao nosso lado mãos estendidas que com firmeza e amabilidade nos puxarão para fora. Que as nossas mãos sirvam para arrancar das tempestades da vida outros irmãos que, como Pedro, querem enfrentá-las, mas às vezes não possuem força e fé suficientes.  

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