No dia 15 de abril de 2011, foi realizada a reunião da AME com outras entidades convidadas no intuito de discutir sobre a reconstrução de Palmares, no Centro dos Dirigentes Lojistas – CDL.
Estavam presentes representantes das seguintes entidades: CICAF; APRASQ; Associação dos Produtores Serra do Quilombo; GRUCALP; Associação do Engenho Viola; Associação do Engenho Barra do Dia; Associação do Engenho do Tambador; Associação do Engenho Firmeza; CPT; Pastoral da Criança; Maçonaria; Rotary Club; CMP;AME; AMMS; Associação do Engenho Castanhola; COOPTASUL; AG. Ambiental; Associação do Engenho Verde; Associação do Engenho Almirante; ADASA e FERU.
Iniciou-se com a reflexão do poema “Novo Amanhecer” de Carmelita Zanella. Após reflexão, Mauricéia dinamizou a apresentação onde cada participante disse seu nome de onde é, a entidade que representa e o novo amanhecer que espera desta reunião.
A maioria espera reanimar a esperança, somar juntos, buscar maiores informações sobre a reconstrução conforme o convite recebido.
Em seguida, fez-se memória do por que desta reunião e colocou o objetivo da mesma “dizendo que mais uma vez os governantes estão tomando as decisões sem informar as pessoas”. O que, nós enquanto ONGs, podemos fazer para ter acesso as informações junto ao poder público quanto a reconstrução de Palmares? A sociedade precisa participar das decisões públicas.
Segundo, Ir. Marisa “nós enquanto AME, temos umas quinze entidades, mas convocamos vocês para pensarmos juntos o que fazer. Desde ano passado estamos pensando em fazer algo para que as autoridades apresentassem como está sendo o processo de reconstrução. Sabendo que outras entidades também tentaram fazer reuniões, seminários sobre a reconstrução e não obtiveram muito sucesso, pois as pessoas responsáveis do poder público não comparecem para dar as informações. É urgente que façamos algo. Há muita coisa acontecendo e as pessoas envolvidas não estão sabendo do processo como é o caso da barragem de Serro Azul. Onde reuniram a cúpula das autoridades, mas o povo não tem informação, chegam com o pacote pronto e dizem ao povo tá decidido e vai ser aqui”.
Segundo Sr. José do engenho Verde, “o problema da barragem não é a indenização. É como esse povo vai sobreviver. Tenho oito filhos, doze netos que se criaram e vivem aí, nesta terra. Venho pra Palmares viver de que? Todo mês sai de lá um milheiro de banana que alimenta o mercado de cidades e estados visinhos. Quero saber onde eles vão colocar essas famílias pra sobreviver, pra viver da terra”.
O Sr. Gilberto diz “nós estamos vivendo no séc 21. Onde a informação é rápida. Acompanhamos o mundo no dia a dia. Paralelamente a isso quebramos a cabeça para saber o que está acontecendo na nossa região. Os movimentos sóciais no Brasil tem de fato um histórico longo. As experiências acumuladas não diminuíram suas dificuldades. Fui muito militante nos anos 80. Acho que temos desafios e desafios, principalmente nesta nossa região. Parte da população está interessada nesta reunião. O que de fato podemos construir como ONGS para termos acesso as informações? Ou descobrimos o que de fato está acontecendo ou vamos ficar lamentando nas praças. Já estamos atrasados. Já está dando um ano da enchente. Um passo é exigir do governo informação. Mas depois de um ano pouco se fez pela reconstrução. Além da população que perdeu as casas, os comerciantes também sofreram muito. Há muitos comerciantes que não receberam benefícios por não estarem organizados. A câmara dos vereadores que deveriam auxiliar a população, tem menos informação que nós aqui reunidos. Vejo com muito receio esta falta de informação. Se queremos ter acesso aos direitos que nos pertencem precisamos de informação. Temos conhecimento dos riscos desta barragem ao meio ambiente e a população? Não tenho respostas para as questões”.
Foram várias colocações sobre as questões do processo de reconstrução de Palmares. Ir. Marisa diz, “diante de todas as falas, todos nós estamos sedentos de informações. Precisamos fazer os encaminhamentos. Quais os caminhos que vamos trilhar para obtemos essas informações?”
Após discussão ficou decidido um seminário entre a população em geral, ONGs, poder público e representante de outras cidades atingidas pela enchente com perspectiva de provocar uma audiência pública.
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