quarta-feira, 5 de outubro de 2011

TEMPO DE LUTA E RESISTÊNCIA

“O tempo escorre pela ampulheta.
É ele o contador da história que construímos.
O tempo que cura saudades,
que em mais-valia capitalista
explora cada trabalhador/a na sua labuta.
O tempo é também contradição,
que prepara a luta,
tece a resistência,
da mulher contra sua opressão,
dos/as sem terra contra os latifúndios,
dos/as idosos/as contra a indiferença,
do povo que resiste ao jugo da tirania e barbárie.
O tempo hoje exige emancipação humana.
Não quer mais silenciar, omitir, ignorar, obliterar.
O tempo quer ser outro, quer se escrever em outras páginas,
quer se revelar, ebulir de indignação, denunciar, se revolucionar.
O tempo deve ser o nascedouro da palavra,
do grito sufocado por justiça,
dos amores libertários que há tempos se escondem em guetos.
O tempo prescinde de poesia, música, da prosa, da roda de viola,
deve abrir alas para alegria,
para a diversidade em arco-íris desfilar
em paradas em céu aberto e claro do dia.
Este é o tempo do desejo,
da defesa dos direitos,
de reafirmar atitudes críticas e combativas.
É o tempo da semeadura de sonhos.
Que este tempo que brota da nossa resistência
adormeça a dor, a tristeza, o preconceito, o individualismo
e que possa colorir o cinza das cidades concretadas cheias de
medo,
tão insensíveis às pessoas e à flor que reitera na calçada.
Que este tempo possa renovar a alquimia
de nossas conquistas de cada dia.
E que o tempo que nós vivemos traga na sua outra face
a sonoridade da liberdade, um verde mais vicejante de esperança.
E que em todos os seus versos
tenha a emergência da luta e da resistência,
no tempo em que lutar
é tão necessário quanto viver, respirar...”
Tempo de luta e resistência... - Andréa Lima

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