segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

EU CHAMADA


Semear a paz
Cantar o amor, viver a vida!
 Crer na esperança de um mundo bem melhor!
Apostar no sonho de igualdade e da justiça:/ Eis minha resposta ao Senhor!


Lembrando que no dia 07 de fevereiro de 1995, ingressei na CICAF, já alguns anos, mas aquele dia foi muito significativo, deixar a minha família para perseguir um sonho de ser irmã catequista franciscana e não só isso, mas por entender que era o caminho para estar a serviço do povo pobre que vive a margem da sociedade e sofre a exclusão fruto do descaso dos políticos.
Quando cheguei a Lages-SC, pelas 18 horas, fui recebida pelas irmãs e jovens, casa cheia. Fui à última chegar, até pensavam que não chegaria. Mas como diz o ditado, “os últimos serão os primeiros” pode se dizer a última que permaneceu até agora. Pois, de 16 jovens acabou sobrando eu.
Muitos foram os encontros e desencontros, alegrias e tristeza, sonhos e desilusões, a gente sabe como as desilusões devastam, desanima. Muitas vezes foi preciso apaziguar o coração e reafirmar a opção olhando para aquele que me disse “Vem e segue-me”, bem como para Francisco e Clara, pois as limitações humanas são exageradas, dramáticas, verborrágicas, maníacas, fantasiosas, apaixonadas e delirantes. Toda a pessoa é doida. Impossível não ser.
Quanta loucura! Por achar que a VRC era a perfeição, no entanto descobri que é a penas o caminho que se precisa de coragem para percorrer e que o nosso SIM seja sempre um SIM, e o nosso NÃO seja sempre um NÃO. Que uma vez escolhido o caminho, jamais olhar para trás com remorso.
Hoje posso dizer que estou vivendo a plenitude do meu sonho. A persistência no caminho conduz para a realização e para o êxito.  Estou muito feliz por estar aqui nesta missão, onde os gritos do povo nos desafiam a cada instante. Por isso, vivemos no contratempo e na mobilidade das situações, na luta e defesas dos direitos e da cidadania do nosso povo que perece por falta de políticas públicas. Por isso, somos causa de incômodo para que está no poder, quando vê o povo organizado reivindicando direitos. Já ouvimos dizerem ao nosso respeito “Sabia que tinha alguém por traz”.
Sabemos do risco que estamos correndo, pois em terra onde aconteceram muitos massacres, povos dizimados, profetas calados o poderá nos acontecer? Mas a certeza é que viemos para incomodar, ou para acordar o nosso povo.

Agradecida por tudo que tenho vivido. Eu canto:
Um dia escutei teu chamado divino recado batendo no coração /Deixei deste mundo as  promessas e fui bem depressa no rumo da tua mão .
Tu és a razão da jornada, Tu és minha estrada, meu guia, meu fim. No grito que vem do meu povo Te escuto de novo Chamando por mim!

Os anos passaram ligeiro, me fim um obreiro do reino de paz e amor. Nos mares do mundo navego e às redes me entrego tornei-me teu pescador.

Embora Tão fraco e pequeno caminho sereno/ Com a força que vem de ti.  A cada momento que passa revivo esta graça de ser teu sinal aqui.

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