GRITO DOS EXCLUÍDOS EM PALMARES

No dia da Pátria em Palmares, o desfile oficial contou com a participação de 40 escolas, entidades e organizações, causando uma longa espera para os excluídos soltar o seu grito.

Neste ano, em que o tema do Grito dos Excluídos trouxe a temática “Pela vida grita a TERRA... Por direitos, todos nós!” Contamos com a presença da comunidade do Engenho Verde, onde vai ser construída a barragem. O Grito deles é “terra por terra e casa por casa”, e ainda como palavra de ordem “Pelo justo e pelo certo, queremos terra, queremos casa, nossa vida como estava”.

Participaram ainda, representantes de algumas entidades, do PCB, do Loteamento Quilombo II, que receberam as casas e se sente muito excluídos, com vários problemas, ou seja, sem assistência a saúde, transporte, as casas com rachaduras, água de má qualidade, enfim uma demanda grande.

 Em todo o percurso da caminhada, Ir. Marisa Ribeiro vinha esclarecendo a população que assistia o desfile, repetindo várias vezes “Grito dos Excluídos, estamos na rua dando o nosso grito de esperança, neste 17º Grito dos Excluídos. Gritamos pelos nossos direitos: Saúde, educação, emprego, habitação, alimentação saudável, lazer,.... Gritamos pela preservação dos recursos naturais: pela vida da terra, água, sementes e toda a biodiversidade. Gritamos pela superação da pobreza, da fome e exclusão social. Queremos um país soberano, onde a vida esteja em primeiro lugar”. Assim, foram vários esclarecimento dados pela Ir. Marisa, por representantes dos moradores do Engenho Verde, Castro do PCB, Geovani da CPT, Maria Cícera do Lotemento do Quilombo II.

Assim que a caminhada dos Excluídos chegou à entrada da rua onde se encontrava o palanque das autoridades, foi barrada por guardas municipais, dizendo que não poderia prejudicar o desfile e o brilho das escolas. Mesmo assim, a caminhada seguiu em frente com o cordão de isolamento dos guardas.

Chegando perto do palanque os guardas não deixaram passar, as pessoas que estavam assistindo começaram a gritar: “deixa passar, deixa passar!!!!” e passou, porque o povo que estava assistindo apoiou o tempo todo o Grito, aplaudiam, manifestava gestos de apoio.

Quando as autoridades, o senhor prefeito e seus vereadores viram à aproximação dos excluídos fizeram questão de sair do

palanque, desaparecendo rapidamente, mostrando claramente que não se importa com o sofrimento e os clamores do povo.

Nenhum político ficou para pelos menos se solidarizar-se com o protesto,

nem mesmo os dito oposição. O povo palmarense está abandonado. Os políticos não se importam com o grito da população nem do campo nem da cidade!!!

Mesmo sem os políticos, foi realizado um Ato em frente ao palanque, derramando uma vasilha de Terra e Água, simbolizando a luta pela Vida e por direito de todos. A população que ali estava acompanhou e aplaudiu o gesto.